Somos controlados pelo tempo do relógio.
Por Carol Oliveira, estudante do 5º semestre de Jornalismo do UniToledo
Você usa a marcação de tempo em formato de números, o famoso relógio, para que a sua vida seja organizada. Tempo de trabalho, tempo de estudar, tempo de comer, tempo de dormir.
Agora pense no seu dia sem o uso de um relógio. Você acorda quando seu corpo desperta, você come quando sente fome. Você trabalha quando sua mente se sente propícia a ser produtiva, você estuda quando lhe dá vontade de aprender mais, você dorme quando tem sono. Nos primeiros dias pode ser que você experimente uma sensação de liberdade, mas aos poucos você estará completamente perdido no espaço tempo.
É o que boa parte das pessoas está enfrentando durante a quarentena. Já não sabemos diferenciar os dias úteis dos finais de semana, as horas de ócio vão tomando conta do nosso dia, isso sem contar quem passa boa parte do tempo dormindo. Alguns tentam manter a rotina do trabalho no formato home office, mas agora já não separam um tempo para isso, e a mente parece trabalhar 24h por dia. Temos tempo demais, mas o tempo parece não passar.
Mas afinal, o que é o tempo?
Esse questionamento sobre o conceito de tempo é algo que sempre me fascinou, e no documentário “Quanto tempo o tempo tem” da diretora Adriana L. Dutra, eu encontrei algumas respostas para as minhas dúvidas existenciais.
Neste videodocumentário, que está disponível na Netflix, vários pensadores e especialistas, discutem o conceito do tempo, com uma linguagem acessível aos leigos no assunto, ele inclusive conta com a participação da Monja Coen, famosa monja budista que é uma das responsáveis também pela minha fascinação pelo tempo.
Essa senhora simpática e careca é a Monja Coen, líder espiritual e fundadora da Comunidade Zen Budista. Foi conhecendo o trabalho dela em diversos formatos que eu comecei a seguir os ensinamentos do Budismo. Ela possui canal no Youtube, podcasts no Spotify e recentemente participou de um programa no canal de Tv por assinatura chamado “Caminho Zen”, apresentado pela Fernanda Lima.
No Budismo, o tempo presente é umas das reflexões centrais, o agora é tudo que temos e nada mais, tudo acontece no tempo presente e é nele que deveríamos nos manter focados e conscientes, tanto que a meditação zen budista é uma das práticas usadas para você se focar no momento.
Mas existem diversas outras discussões sobre o tempo, e uma das minhas favoritas é a viagem no tempo. Quem nunca quis voltar no tempo para consertar alguma coisa ou mesmo ir para o futuro, onde tudo parece ser melhor?
Como sou fã de cinema, tenho meus filmes favoritos com essa temática, como por exemplo, a trilogia “De volta para o futuro”, que conta a história do lendário Doutor Emmett Brown e seu amigo Marty McFly. Eles se conhecem em 1985, quando acidentalmente Marty aciona a máquina do tempo, o famoso Delorean, e com isso eles viajam pelos anos de 1955, 2015 e 1885. Sim, nessa ordem mesmo.
Outro filme mais recente sobre viagem no tempo, mas dessa vez sobre as consequências de alterar os fatos, é o “Projeto Almanaque”, que conta a história de um grupo de amigos que encontra no porão da casa de um deles todas as instruções para a construção de uma máquina do tempo. No começo a ideia era apenas ter uma segunda chance para alguns problemas de adolescentes, mas logo as consequências começam a afetar drasticamente o futuro.
E claro, eu não poderia deixar de falar de séries, afinal, vivemos na era Netflix e quem nunca gastou horas de seu precioso tempo maratonando sua série favorita?
Eleita a melhor série deste ano, “Dark”, que está disponível na Netflix com previsão de estreia da 3ª temporada para o mês que vem, foi capaz de ir além no quesito viagem no tempo e paradoxo temporal, deixando até os mais aficionados um tanto confusos. Afinal, como entender essa árvore genealógica?
Enfim, eu já tomei muito o seu tempo, mas eu não poderia deixar de citar uma música que me trouxe até essa reportagem, pois enquanto andava de carro e ouvia, tive a ideia de escrever sobre o tempo, e mesmo que você não goste muito da banda (entendo você, eu também não gostava), tenho certeza que vai gostar da letra:
Eu pensei
Que quando eu morrer
Vou acordar para o tempo
E para o tempo parar