Saiba a história das figuras coloridas que animam O dia de los muertos
Por Caroline Franciele, estudante de jornalismo no Unitoledo Araçatuba.

Caveiras rosas, amarelas, vermelhas, com flores na boca, perto da orelha, com detalhes coloridos, sobreiros e apenas um consenso: a alegria que representam na festividade conhecida como Dia de los muertos, uma espécie de finados no Brasil.
Mas, qual é a história dos símbolos tão chamativos? Por que, ao contrário de outras crenças, as caveiras representam felicidade ao invés do habitual medo? Se sua curiosidade cresceu com tais perguntas e quer saber um pouco mais sobre uma figura que se tornou uma das tatuagens mais famosas no Brasil, leia um pouco mais abaixo e confira algumas curiosidades que preparamos para você!
La Catrina e o ‘Halloween’ Mexicano

Para entender a origem da caveira mexicana, temos que retroceder um pouco o tempo e começar pelo Dia de los muertos. A data comemorativa no México teve sua origem com os povos que ali habitavam antes da constituição formal do país, como os incas, astecas e os maias; povos pré-hispânicos que ali habitavam, sendo comemorada entre os dias 31 de outubro e 2 novembro.
Para os mexicanos que herdaram diretamente essa cultura, nesta data, os finados queridos poderiam retornar a Terra por um dia e andar entre os vivos. Para comemorar tal feito, até os dias atuais são preparados altares, festas e grandes banquetes para homenagear a vinda temporária dos que partiram. Os hispânicos, em sua crença, veem a morte como parte da vida e, ao invés de tratá-la com lamúria e lágrimas, a veem com uma espécie de felicidade e contentamento.
Desse modo, o uso da figura alegórica da caveira seria um amuleto contra os maus espíritos que poderiam por ali rondar

Desse modo, o uso da figura alegórica da caveira seria um amuleto contra os maus espíritos que poderiam por ali rondar. Mas, antes mesmo da atual simbologia, os astecas já possuíam um vínculo com o crânio; guardando-o quando se tratava de um ente querido por considerar que nessa região ficariam armazenadas as melhores lembranças do finado.
De acordo com informações do website Colab55 e Significados, La Catrina ou La dama de la muerte, é uma figura incorporada na tradição mexicana, sendo uma obra de arte feita por Jose Guadalupe Pesada, inicialmente batizada por Calavera Guarbancera e posteriormente pintada e resinificada por Diego Rivera, ganhando o nome popular de La Catrina.
Segundo os mesmos sites, a figura da Catrina representaria uma mulher da alta elite mexicana, que viveu entre os séculos XIX e XX, lembrando a todos que a morte não faz distinções sociais. O nome popularesco da figura deriva do feminino de Catrín, termo que remete à ideia de pessoas elegantemente vestidas, que seria algo semelhante a “dondoca” na Língua Portuguesa.
Diferenças culturais com os Estados Unidos

Para muitos, é um ledo engano confundir o Dia dos mortos mexicano com o Halloween estadunidense, uma vez que ambos ocorrem aproximadamente na mesma data e ambos os países possuem proximidade geográfica, até mesmo cultural em alguns aspectos.
Mas, qual seria então a diferença entre as duas datas? Primeiramente, de acordo com o blog Editora Contexto, enquanto o Dia dos mortos é uma data comemorativa católica, o Halloween é uma festividade sem vínculos religiosos advinda da Irlanda.
Uma das hipóteses mais aceitas para a origem do Halloween é o festival celta do fim do verão, ou Samhain, como também é conhecido. Tal festival comemorava a abundância de alimentos após a colheita e seria feita em homenagem ao Rei dos Mortos, com seu início no dia 31 de outubro, com duração aproximada de três dias.
Estudos apontam que durante o papado Gregório, na tentativa de cristianizar o Samhain, houve uma substituição intencional de datas, trocando a data do Dia de todos os santos, que antes era comemorada em 13 de maio, para 1º de novembro.
Adquirindo sua atual forma entre 1500 e 1800, o Halloween chegou aos Estados Unidos por volta de 1845, época em que houve grandes migrações devido à fome extrema, com inúmeros povos levando sua cultura e tradições ao novo mundo.
Por volta de 1870, houve uma apropriação cultural da festividade, sendo inicialmente publicada em uma revista de público feminino como uma data inglesa.

Obras cinematográficas

Atualmente, pode-se ver a figura da Catrina, dentre outros elementos, presente no cinema, em especial as animações, que dão mais forma e cor ao feriado mexicano.
Um dos filmes mais populares que mostram essas figuras é Viva, a vida é uma festa, longa de 01h45, com direção de Lee Unkrick e Adrian Molina, distribuído pela Disney e gravado em meados de 2017.
Segundo o site Adoro Cinema, a narrativa é vivida por Miguel, um garoto de 12 anos que deseja seguir aspirações musicais, porém encontra grande desaprovação da família. Em sua jornada para defender seus sonhos, Miguel acaba entrando por acidente no mundo dos mortos na data do Dia dos Mortos; encontrando grandes figuras no outro mundo e desvendendando um mistério familiar de mais de 100 anos.
Outro filme que ganhou grande destaque é Festa no céu. Estreado em 2014 e produzida por Guilhermo del Toro, a história gira em torno da vida de três amigos que viviam na povoado de San Angel, no México, em uma trama que envolve destino, Dia de los muertos, trama e muita emoção.

Hasta la próxima.
#fiqueemcasa.